São consideradas portadoras de transtorno mental as pessoas que apresentam alterações do funcionamento da mente. Certamente, de uma forma geral, essas alterações trazem prejuízos no desempenho da suas vidas: vida familiar, social, afetiva, profissional,  acadêmica, relacionamentos interpessoais, assim como na compreensão de si e dos outros, na possibilidade de autocrítica, na tolerância aos problemas, na possibilidade de ter prazer, limiar baixo para frustração, dentre outras características ou sintomas.

Não existe uma regra para que as pessoas apresentem algum tipo de transtorno mental. Isso independe da classe social, cor, gênero, religião ou capacidade intelectual. Problemas como a ansiedade, depressão, distúrbios alimentares, uso de drogas e álcool, demência e esquizofrenia, podem afetar qualquer um de nós em qualquer época de nossas vidas. Certamente causam mais sofrimento e incapacidade que qualquer outro tipo de problema de saúde.

Certo é que os transtornos mentais não tem uma causa única. São formados por fatores biológicos, psicológicos e sócio-culturais.

A doença mental é tratável e responde favoravelmente ao tratamento medicamentoso, associado `a psicoterapia. Muitas pessoas que sofrem de algum transtorno mental têm muita dificuldade e preconceito em buscar ajuda em função do estigma associado à psiquiatria, o que compromete o prognóstico do paciente e aumenta o numero de problemas ao seu redor.

Os transtornos mentais são tratados, de uma maneira geral, como uma associação de meios psicológicos e medicamentos (psicofármacos), às vezes necessitando de internações.

Cabe à equipe que faz o diagnóstico, ao ter o primeiro contato com o portador de transtorno mental, orientar e trabalhar em um projeto terapêutico sinalizando quais serão as etapas e recursos utilizados para restabelecer a saúde mental de cada indivíduo.

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Em todo o mundo os problemas representados pelos transtornos mentais têm preocupado vários setores da sociedade. Dados da Organização Mundial da Saúde estimam que cerca de 450 milhões de pessoas sofrem de transtornos mentais ou comportamentais, o que representa cerca de 12% da carga mundial de doenças, embora a maioria dos países utilizem menos de 1% de seus gastos com saúde para a saúde mental. Nesse contexto, apenas uma pequena minoria das pessoas acometidas por transtornos mentais recebem algum tipo de tratamento. Cerca de 40% dos países não desenvolvem políticas de saúde mental e mais de 90% não tem políticas de saúde mental que incluam crianças e adolescentes (OMS, 2001).

Dentro deste cenário preocupante e com nossa experiência de mais de 15 anos de atuação profissional em saúde mental, entendemos que a moradia assistida é uma alternativa importante para que o portador de transtorno mental desenvolva ferramentas fundamentais no processo de ressocialização com o mundo e com a família.

A ideia central da nossa proposta é possibilitar ao indivíduo a construção de um caminho de restauração familiar, refazendo os vínculos que ele tem na vida. Principalmente criar recursos internos para que ele sustente suas mudanças e conquistas assim como a estabilidade emocional e condições de autocuidado, promovendo a autonomia dentro da limitação de cada um.

Propiciar o processo de conscientização de suas dificuldades assim como estabelecer com ele um canal de comunicação para que ele consiga aprender a sinalizar quando precisa de ajuda.

Por isso entendemos que cada "morador" deve ter um projeto terapêutico individual, mantendo suas particularidades, gostos, personalidade, enfim, respeitando o indivíduo independente do diagnostico.

Seja bem vindo à Espaço Viver Bem!

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